quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cidades Sustentáveis – Subsídios à Elaboração da Agenda 21 Brasileira





A Agenda 21 é um programa de ação, baseado num documento de

40 capítulos, que se constituí na mais ousada e abrangente tentativ
a já realizada, em promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Trata-se, portanto, de um documento consensual resultante de uma série de encontros promovidos pela Organização das Nações Unidas, com o tema “Meio Ambiente e suas Relações com o Desenvolvimento”.

O ponto central nesse processo é o levantamento das prioridades
do desenvolvimento de uma comunidade e a formulação de um plano de ação, tendo em vista a sustentabilidade e a integração dos aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais, dentro de uma visão abrangente, ou seja, em longo prazo. A Agenda 21 é sem dúvida alguma, um importante instrumento nesse caminho de mudanças.

Caminhando nesse sentido, algumas mudanças possíveis já foram delineadas e colocadas no documento Cidades Sustentáveis – Subsídios à Elaboraç
ão da Agenda 21 Brasileira elaborado no ano 2000. Nesta ocasião foram apontadas quatro estratégias de sustentabilidade urbana, com propostas de ação para cada uma delas, identificadas como prioritárias para o desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras:


  1. "Aperfeiçoar a regulamentação do uso e ocupação do solo urbano e promover o ordenamento do território, contribuindo para a melhoria das condições de vida população, considerando a promoção da equidade, a eficiência e a qualidade ambiental;
  2. Promover o desenvolvimento institucional e o fortalecimento da capacidade de planejamento e gestão democrática da cidade, incorporando no proces
    so a dimensão ambiental urbana e assegurando a efetiva participação da sociedade;
  3. Promover mudanças nos padrões de produção e consumo da cidade, reduzindo custos e desperdícios e fomentando o desenvolvimento de tecnologias urbanas sustentáveis;
  4. Desenvolver e estimular a aplicação de instrumentos econômicos no gerenciamento dos recursos naturais visando a sustentabilidade urbana”.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Claudiane e Mayara - Apresentação 2


Quais são as diferenças entre uma proposta urbana tradicional e uma proposta urbana sustentável? Quais as principais referências de uma proposta urbana sustentável?

As áreas urbanas sentem, cada vez mais, os efeitos de fenômenos como a mudança climática, o esgotamento de recursos, a insegurança alimentar e a instabilidade econômica.  Para uma cidade sustentável, ou seja, ambientalmente, economicamente e socialmente produtiva e segura, os fatores citados anteriormente precisam ser resolvidos.

Desde o princípio da ocupação humana, as pessoas, consciente e coletivamente, intervêm na natureza, criando áreas urbanas para atingir objetivos sociais e políticos. Atualmente, surgem debates a respeito do planejamento urbano mais adequado para lidar com os problemas encarados por tais assentamentos urbanos.

Em determinados momentos do século passado, o planejamento foi visto como a atividade que poderia resolver muitos dos principais problemas das zonas urbanas, enquanto em outros, foi visto como uma interferência desnecessária e indesejada do governo. Mais recentemente, tem-se argumentado que os sistemas de planejamento urbano são também a causa de muitos problemas, e que por estabelecerem padrões irreais de desenvolvimento e incentivando formas urbanas modernistas inadequadas, promovem a pobreza e a exclusão.

O planejamento urbano precisa ser revisto. E para tal, governos, autoridades urbanas locais e profissionais urbanistas necessitam desenvolver uma abordagem diferente. O planejamento urbano é uma significativa ferramenta para lidar com os desafios do século XXI e atingir os objetivos da urbanização sustentável. Estes objetivos terão de incluir formas de alcançar a eqüidade sócio-espacial, a sustentabilidade ambiental e a produtividade econômica em áreas urbanas. 

No entanto, não existe nenhum modelo de sistema de planejamento que possa ser aplicado em todas as partes do mundo. Eles precisam ser moldados de acordo com as práticas e normas locais. O futuro planejamento urbano precisa acontecer dentro de uma compreensão dos fatores que estão moldando os aspectos sócio-espaciais das cidades e as estruturas institucionais que as gerenciam.

Mudanças climáticas: As áreas urbanas necessitam de medidas e políticas projetadas para a redução na emissão de gases de efeito estufa, com melhorias do transporte público e compactação e uso misto das cidades. São também necessárias medidas de adaptação a tais mudanças climáticas, com a relocação de assentamentos vulneráveis e melhora na drenagem e nos sistemas de infra-estrutura.

Crise econômica global: Os governos devem atuar em parceria com a sociedade civil e o setor privado no desenvolvimento urbano.

Fornecimento de energia: A longo prazo, o fornecimento de petróleo começará a declinar. O impacto do dióxido de carbono (CO2) eliminado por veículos movidos a petróleo está se tornando melhor compreendido e isso vai também incentivar uma diminuição do uso de transportes dependentes de petróleo nas cidades. Tais assentamentos urbanos terão de introduzir formas de transporte público e bicicleta e incentivo aos pedestres. Os custos crescentes de transporte de alimentos irão aumentar a demanda para espaços de agricultura urbana nas cidades. De baixa densidade, os subúrbios poderiam ser abandonados ou empregados para outro uso. 

Alimentação: O custo crescente dos alimentos em todas as partes do mundo é uma resposta para os custos de combustível e à degradação das terras agrícolas. Ambientes urbanos precisam ser planejados de modo que eles permitam que a agricultura urbana se torne um elemento aceito e mercados de alimentos locais sejam um padrão na infra-estrutura urbana.

Alteração no tamanho da população das cidades: O crescimento da população urbana encontra-se em todas as  partes do mundo. Se considerarmos este problema associado com as mudanças ambientais, então é claro que as cidades  capazes de planejar onde e como este novo assentamento terá lugar, estará em uma posição muito melhor nas próximas décadas.

A desigualdade de renda: Tem dado origem a áreas urbanas com fortes contrastes entre as áreas de riqueza e pobreza, com níveis crescentes de criminalidade alimentando o desejo pela riqueza. Assim, a desigualdade de renda e a fragmentação espacial se reforçam mutuamente, gerando  cidades segregadas e violentas. Os desafios para o planejamento em abordar esta questão são particularmente difíceis. O planejamento tem que buscar formas de promover a integração e coesão social, talvez através de um aumento na qualidade do espaço público.

A diversidade cultural: Volumes crescentes de migração global fezem com que as cidades em todas as partes do mundo tornem-se muito mais multiculturais. Isto está tornando os  processos participativos sobre questões de planejamento muito mais difíceis. A diversidade cultural tem implicações importantes em como ambientes construídos serão gerenciados. Os planejadores precisam procurar um equilíbrio entre grupos culturais, tentando preservar a sua identidade nas cidades e a necessidade de evitar formas extremas de segregação e fragmentação urbanas. Os conflitos ao redor de edifícios religiosos e a estética do edifício, são, por exemplo, as novas questões que os planejadores têm que enfrentar cada vez mais. 

O urbanismo sustentável é uma nova disciplina que articula as múltiplas e complexas variáveis que intervém em uma aproximação sistemática do desenho urbano que supera o zoneamento clássico do urbanismo convencional. O desenho e o planejamento urbano devem incluir como componentes estruturais, e desde início do processo de desenho, as novas tecnologias de informação e os cuidados com a natureza e a sustentabilidade.

As cidades devem ser vistas como parte e extensão da natureza e os projetos urbanísticos devem estar em harmonia com essa mesma natureza, apresentando propostas de interação da cidade com o meio ambiente natural, lugares com recursos próprios, com demandas necessárias para sua manutenção e seu desenvolvimento. Assim, o conceito de desenvolvimento urbano sustentável passa por uma estratégia de ecologia urbana apresentando a cidade como um meio ambiente artificial, que utiliza o ambiente natural, mas que também pode ser fonte de recursos.

O “Ecourbanismo” preocupa-se com aspectos como o aproveitamento racional dos espaços e do tempo, a qualidade da água e do ar, cuidado com o clima, microclimas e a cobertura vegetal, controle de ruídos, dos aspectos naturais, tecnológicos, além de maior inclusão social em meio ambiente com qualidade, espaços públicos, enriquecimento da cultura ambiental, entre outros.

A água, por exemplo, no urbanismo tradicional é vista somente como água potável e água residual, enquanto os assentamentos sustentáveis são projetados para otimizar o ciclo da água, com obtenção de água doce através de meios ecologicamente aceitáveis, segregação das águas residuais para reutilização e irrigação, coleta e utilização da água das chuvas e, ainda, a reposição do nível freático.

A participação dos usuários no planejamento sustentável é efetiva até a aprovação final das propostas, não se limitando a passar informações sobre suas necessidades. Preocupa-se com o fortalecimento das comunidades, respeitando os laços sociais, a interação social e cultural e sua vida comunitária, além da revitalização de edificações de valor histórico e de zonas urbanas degradadas.

O equilíbrio ecológico dos assentamentos humanos implica em preocupações com a conservação ambiental, em garantir o tratamento dos núcleos urbanos e rurais, o que decorre em menor segregação social, em acessibilidade do cidadão aos benefícios da vida comunitária e sua participação na gestão de seus problemas. 

Os projetos ecourbanos apresentam uma visão sistêmica e integral e o interesse em soluções conseqüentes. O urbanismo sustentável pede sociedades capazes de abandonar o modo tradicional de entender e fazer cidades e requer disposição, criatividade e o compromisso dos muitos atores sociais, através de um diálogo efetivo, que cria condições de envolvimento dos cidadãos no planejamento sócio – ambiental. 

O desenvolvimento sustentável dos projetos urbanos deve apoiar-se em pontos que possibilitem o êxito de sua realização. Um dos pontos mais importantes é o da participação-cidadã nas propostas, nos planos e projetos, pois se o cidadão não se sente informado ou não está de acordo, é provável que falhem. 

Outro aspecto é o da continuidade dos projetos, pois os planos e projetos não são planos de governo, mas que continuam através do tempo, independentes de partido político ou modismos. Igualmente importante é a habilidade de transformar os planos idealizados em planos implementados. E, por fim, é indispensável a ferramenta de controle e monitoramento constante, além de medidas corretivas no momento exato da necessidade.

Claudiane e Mayara - Apresentação 1


domingo, 25 de março de 2012

Copenhague e Barcelona_dois exemplos

Matéria do Jornal Nacional sobre o descarte de lixo em Barcelona_Espanha


Um outro exemplo de soluções para sustentabilidade em cidades é o de Copenhague:

Video Copenhague_5 lições para São Paulo